CONFISSÕES DE UMA PELE IMPERFEITA: MINHA BUSCA PELA GLASS SKIN
Quinta-feira, 3 da tarde. Laboratório de cosmetologia da faculdade.
Enquanto todos já tinham ido embora, fiquei sozinha testando mais uma mistura de ativos que prometia resolver os problemas da minha pele.
Foi ali, com o rosto coberto de uma máscara improvisada e o cabelo preso num coque desleixado, que me peguei encarando não um espelho, mas a tela do meu celular.
Na live de uma influenciadora coreana, vi pela primeira vez o que parecia impossível: uma pele tão translúcida, tão perfeitamente hidratada, que refletia a luz como se fosse feita de vidro.
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Aquela transmissão mudou completamente minha relação com a minha pele.
Não era mais sobre esconder imperfeições – era sobre transformá-la em algo que eu nunca achei possível.
O que aquela garota tinha que eu não conseguia ter?
O que diabos era aquela glass skin que parecia mais um filtro de Instagram do que realidade?
Talvez você esteja se perguntando o mesmo.
Ou talvez já tenha ouvido falar sobre essa tendência que conquistou o mundo a partir da Coreia, mas ainda não entendeu direito o que é e como funciona.
Vamos juntas nessa jornada de descoberta.
O vídeo que mudou minha percepção sobre skincare naquele dia continua gravado na minha memória.
Nada de filtros, nada de truques de iluminação – apenas técnicas meticulosas de skincare que, qualquer pessoa poderia reproduzir com dedicação.
Decidi mergulhar de cabeça nesse universo.
Afinal, se tinha algo que eu precisava entender era como as coreanas fazendo maquiagem conseguiam aquele efeito tão impressionante, mesmo antes de aplicar qualquer produto colorido.
O que é o efeito glass skin?
Lembro como se fosse ontem: estava em uma farmácia de manipulação, conversando com uma amiga farmacêutica, quando ela me explicou que o glass skin vai muito além de uma simples tendência de maquiagem coreana.
"Não é sobre maquiar, é sobre transformar", ela disse enquanto separava ingredientes para uma fórmula.
A diferença entre brilho e transparência
O efeito glass skin é como se sua pele tivesse sido polida até o ponto de parecer vidro.
Não é apenas brilho – é transparência, é uniformidade, é a ausência completa de qualquer irregularidade.
É como se cada célula da sua pele estivesse perfeitamente alinhada, criando uma superfície tão lisa que reflete a luz de forma homogênea.
A base da beleza coreana
Em um jantar com uma amiga que havia passado uma temporada em Seul, ela me contou que lá, ter uma pele assim não é luxo, é padrão.
"As coreanas não usam base para ter pele bonita, elas cuidam da pele para não precisar de base", explicou entre goles de vinho.
E fez sentido: a make das coreanas parece tão natural porque o foco está na preparação da tela, não na pintura em si.
Além do glow ocidental
Diferente do efeito "glow" ou "dewy" que tantas marcas ocidentais tentam vender, o glass skin não é sobre parecer suada ou oleosa.
É sobre uma hidratação tão profunda que a pele parece translúcida, como se pudéssemos ver através das camadas superficiais.
O que é glass skin?
Numa tarde de sábado, entrei em uma loja especializada em produtos asiáticos no centro da cidade.
O vendedor, um rapaz de origem coreana, sorriu quando perguntei sobre glass skin.
"É engraçado como vocês ocidentais estão descobrindo agora o que nossas avós já sabiam há décadas", comentou, mostrando-me um corredor inteiro dedicado a produtos para esse fim.
Uma filosofia, não uma tendência
A glass skin, ou pele de vidro, é um conceito de beleza que nasceu na Coreia e se espalhou pelo mundo nos últimos anos.
Diferente de outras tendências passageiras, ela representa uma filosofia inteira de cuidados com a pele, focada em resultados a longo prazo.
Desconstruindo padrões tradicionais
Lembro-me de uma palestra sobre dermatologia que assisti no ano passado.
A médica explicou que o conceito de glass skin vai contra tudo o que a indústria de maquiagem tradicional nos ensinou.
"Não é sobre cobrir imperfeições, é sobre não ter imperfeições para cobrir", ela disse, provocando murmúrios na plateia.
O ideal de perfeição natural
O objetivo é uma pele tão saudável que parece irreal: sem manchas, sem poros visíveis, sem linhas de expressão, sem textura irregular.
Uma pele que não precisa de filtros ou edição, porque já parece naturalmente perfeita.
E foi numa noite de insônia, pesquisando sobre o assunto, que descobri que a maquiagem coreana simples que tanto admiramos nas atrizes de doramas é, na verdade, resultado de um trabalho intenso de cuidados com a pele.
Não é magia, é ciência aplicada diariamente.
Como ter uma pele glass skin?
Minha primeira tentativa de fazer um protocolo completo de glass skin foi um desastre.
Estava no banheiro de um hotel em Gramado, durante uma viagem de trabalho, e decidi testar todos os produtos que havia comprado de uma vez.
Resultado: irritação, vermelhidão e uma crise de ansiedade às 3 da manhã.
O primeiro passo: limpeza profunda
Aprendi da pior maneira que paciência é fundamental nesse processo.
O caminho para a glass skin não é uma corrida, é uma maratona.
E começa, inevitavelmente, com uma boa limpeza.
"A pele é como um jardim", me disse uma esteticista em uma clínica especializada em técnicas orientais.
"Você não planta sementes em solo contaminado e espera que flores lindas cresçam".
Antes de qualquer coisa, é preciso limpar – e limpar bem.
Dupla limpeza: primeiro com um óleo para remover maquiagem e impurezas oleosas, depois com um gel ou espuma para remover o restante.
A importância da esfoliação
Depois de um mês tentando, percebi que a esfoliação é outro passo crucial.
Não aquela esfoliação agressiva com partículas abrasivas, mas uma esfoliação química suave, que remove as células mortas e estimula a renovação celular.
Ácidos como o mandélico, mencionado no protocolo da ADCOS, são perfeitos para isso porque são gentis e eficazes.
Os ativos que transformam
Estava em um parque, lendo sobre ativos em um livro de cosmetologia, quando tive um insight: a vitamina C é realmente o ouro da dermatologia.
Não apenas para glass skin, mas para qualquer protocolo de cuidados com a pele que visa luminosidade e uniformidade.
Ela combate os radicais livres, estimula a produção de colágeno e clareia manchas.
O ácido hialurônico veio em seguida.
Numa consulta com uma dermatologista, ela desenhou para mim como esse ativo funciona: "Imagine que cada molécula de ácido hialurônico é capaz de reter até 1000 vezes seu peso em água.
É como se você estivesse colocando milhares de pequenas esponjas na sua pele, mantendo-a hidratada por dentro".
A arte da hidratação por camadas
E a hidratação – ah, a hidratação!
Não é apenas sobre passar um creme e pronto.
É sobre camadas.
Tônicos, essências, séruns, emulsões, cremes.
Cada produto tem uma função específica, e juntos criam um efeito sinérgico que nenhum produto isolado conseguiria.
Durante um workshop de skincare coreano, a instrutora nos mostrou como aplicar os produtos: não é esfregando, é pressionando delicadamente, permitindo que a pele absorva cada gota.
"A pele absorve melhor quando você respeita seu tempo", ela explicou, demonstrando movimentos suaves e rítmicos.
Proteção solar: o escudo indispensável
O protetor solar, último passo da rotina matinal, é talvez o mais importante.
Estava almoçando com um colega dermatologista quando ele me disse: "Você pode usar todos os produtos mais caros do mundo, mas se não usar protetor solar, é como jogar dinheiro no lixo".
A proteção contra os raios UV é fundamental para prevenir manchas, envelhecimento precoce e manter a uniformidade da pele.
Consistência como chave do sucesso
E não podemos esquecer da consistência.
Numa noite de domingo, frustrada com a falta de resultados imediatos, quase desisti.
Foi quando recebi uma mensagem de uma amiga esteticista: "Lembre-se que a pele se renova completamente a cada 28 dias.
Dê tempo ao tempo".
Ela estava certa.
Depois de três meses seguindo o protocolo religiosamente, comecei a ver os primeiros resultados reais.
O mais incrível é que, quando finalmente consegui uma pele mais próxima do ideal glass skin, percebi que usava cada vez menos maquiagem.
Um protetor com cor, um pouco de blush, máscara de cílios – e estava pronta.
A maquiagem coreana simples que tanto admirava agora fazia sentido: quando sua pele é o destaque, você não precisa de muito mais.
Enquanto explorava mais a fundo o fenômeno da glass skin, encontrei uma matéria esclarecedora no portal Metrópoles que complementa perfeitamente o que vivenciei.
Como mencionado no artigo "Glass skin: conheça a famosa trend coreana da pele de vidro", esta tendência vai muito além de uma simples moda passageira - é uma abordagem holística que valoriza a saúde e luminosidade natural da pele.
A matéria traz insights valiosos de dermatologistas brasileiros sobre como adaptar essa técnica para diferentes tipos de pele e climas, algo que descobri ser essencial durante meus meses de experimentação.
Vale a pena conferir para entender melhor os fundamentos científicos que sustentam essa revolução na forma como cuidamos da nossa pele.
Conclusão: Muito além da estética
Hoje, dois anos depois daquela tarde no laboratório, olho para minha pele e vejo uma transformação que vai além da aparência.
Desenvolvi uma relação de respeito com minha pele, entendendo seus ciclos, suas necessidades, suas respostas.
A glass skin não é apenas uma tendência estética – é uma filosofia de autocuidado que mudou completamente minha relação comigo mesma.
E se você está começando essa jornada agora, lembre-se: não é sobre perfeição instantânea.
É sobre consistência, paciência e autoconhecimento.
Sua pele tem uma história para contar – cada poro, cada marca, cada variação de tom.
O objetivo não é apagar essa história, mas escrevê-la com mais saúde e luminosidade.
O caminho para a glass skin é pessoal e único.
Não existe fórmula mágica ou produto milagroso.
Existe comprometimento, existe ciência, existe tempo.
E, acredite, quando você menos esperar, vai se pegar admirando seu reflexo não em um espelho, mas na tela do celular durante uma videochamada, e pensará: "Então é isso que significa ter uma pele de vidro".
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