Minha Batalha com a Maquiagem Coreana: Entre Descobertas e Arrependimentos
O Despertar da Obsessão
Cinco da manhã.
O metrô de São Paulo quase vazio.
Eu, com olheiras profundas após uma noite insone assistindo K-dramas.
Foi ali, balançando contra o corrimão enferrujado, que percebi como meu rosto parecia opaco comparado às atrizes que tinham iluminado minha tela a noite inteira.
Aquela pele luminosa, aquele efeito de "orvalho na pétala" que as coreanas exibiam não saía da minha cabeça.
As propagandas de maquiagem coreana simples intercaladas nos episódios tinham plantado uma semente que agora germinava em obsessão.
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Por falar em imagens que não saem da cabeça, lembro de um vídeo que mudou completamente minha visão sobre beleza.
No meio daquela manhã cinzenta, abri meu celular e assisti pela décima vez o tutorial que salvei.
Uma maquiadora em Seul demonstrando como transformar um rosto comum em uma obra de arte translúcida, sem parecer artificial.
O contraste entre aquela realidade e minha base pesada ocidental era gritante.
Se você quiser entender exatamente do que estou falando, dê uma olhada neste vídeo que ilustra essa abordagem que tanto me fascinou.
O Primeiro Mergulho no Mundo das Makes Coreanas
Não sou do tipo que compra impulsivamente.
Ou pelo menos não era.
Mas naquela tarde, sem pensar duas vezes, entrei numa loja especializada em produtos asiáticos no bairro da Liberdade.
O lugar cheirava a chá verde e tinha paredes forradas com embalagens coloridas, cheias de caracteres que eu não compreendia.
Uma atendente de sorriso gentil percebeu meu olhar perdido.
"Primeira vez com make coreana fofa?", perguntou.
Assenti, constrangida pela minha ignorância óbvia.
A Filosofia Por Trás da Beleza Coreana
"Qual é a maquiagem que as coreanas usam?"
Soltei a pergunta como quem pede um segredo sagrado.
A atendente sorriu – não com deboche, mas com a paciência de quem já viu milhares como eu, seduzidas por aquele visual etéreo dos doramas.
"Não é apenas um produto, mas uma filosofia", explicou ela, enquanto me guiava pelos corredores estreitos.
"As coreanas priorizam a saúde da pele antes da maquiagem.
Primeiro vem a rotina skincare, depois as camadas leves de base, corretivo, blush cremoso...
O objetivo é parecer que você não está usando nada, apenas realçando o que já tem."
Aquilo soava como música para meus ouvidos cansados de bases pesadas que entupiam os poros e destacavam cada imperfeição.
Na mesma hora, fui arrebatada por uma curiosidade voraz sobre as makes coreanas que tanto me atraíam.
(Engraçado como a gente viaja quilômetros emocionais por causa de uma imagem na tela, né? Eu nunca imaginei que estaria ali, tentando decifrar embalagens em hangul por causa de uma atriz que nem conhecia o nome direito.)
Navegando Entre Marcas e Expectativas
A Busca pela Marca Perfeita
A primeira decepção veio rápido.
"Qual é a melhor marca de maquiagem coreana?", perguntei enquanto segurava um cushion da Etude House, embalagem rosa e delicada que parecia saída de um conto de fadas.
"Depende do seu tipo de pele e do resultado que você busca", respondeu a atendente, destruindo minha esperança por uma resposta simples.
"Para pele oleosa, muitas preferem Innisfree ou Some By Mi.
Para um acabamento mais natural e hidratante, COSRX e Laneige são excelentes.
Para maquiagem mais vibrante e divertida, 3CE, Etude House e Romand dominam."
Saí da loja com uma sacola pesada e a carteira leve.
Um cushion da Missha, batom tint da Peripera, blush cremoso da Romand, primer da Innisfree.
Meu primeiro kit de maquiagem coreana simples – que de simples só tinha o nome, porque a técnica de aplicação era um universo completamente novo.
As Primeiras Tentativas e Fracassos
A primeira tentativa foi no banheiro do trabalho.
Mal consegui aplicar o cushion direito – aquela esponjinha encharcada de base líquida criou manchas no meu rosto.
O batom tint, que deveria dar aquele efeito de "boca mordida", transformou meus lábios em algo que parecia uma reação alérgica.
Minha colega da contabilidade perguntou se eu estava passando mal.
Durante semanas, pratiquei obsessivamente.
Assisti dezenas de tutoriais, alguns em coreano mesmo, sem entender uma palavra, apenas imitando os gestos precisos.
Acordava uma hora mais cedo só para ter tempo de aplicar tudo corretamente.
As olheiras aumentavam, ironicamente, por dormir menos para parecer mais descansada.
A Revelação: O Segredo está na Base
"Qual é o produto que as coreanas usam no rosto antes da maquiagem?"
Me peguei digitando essa pergunta às três da manhã, após uma base mal aplicada que evidenciou cada poro do meu rosto.
A resposta veio em camadas: protetor solar (sempre!), essências hidratantes, séruns específicos para cada problema de pele, e então – só então – os primers que preparam a pele para receber a maquiagem.
Aquilo me atingiu como um trem: eu estava tentando construir um telhado sem as paredes de sustentação.
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Recomeçando do Zero
No sábado seguinte, voltei à mesma loja.
A mesma atendente me reconheceu e sorriu ao ver meu olhar ainda perdido, mas agora com um toque de determinação.
Mostrei a ela fotos do meu rosto com as tentativas frustradas de maquiagem das coreanas.
"Você está pulando etapas", disse ela gentilmente.
"A make coreana fofa que você vê nos K-dramas é resultado de anos de cuidado com a pele.
Não é só o produto final, é todo o processo."
Respirei fundo e decidi começar do zero.
Investi em produtos de skincare antes da maquiagem propriamente dita.
Descobri o poder da dupla limpeza, da esfoliação suave, da hidratação em várias camadas.
E o mais importante: paciência.
Muita paciência.
Os Frutos da Perseverança
Três meses depois, em um domingo ensolarado no parque Ibirapuera, uma desconhecida se aproximou enquanto eu tomava sorvete.
"Sua pele está incrível!
Qual base você usa?"
Fiquei em silêncio por alguns segundos, processando o que acabara de ouvir.
"É uma make coreana simples", respondi, sentindo um orgulho inexplicável.
"Na verdade, quase não uso base hoje.
É mais skincare e um pouco de cushion."
A Verdadeira Essência da Maquiagem Coreana
A verdade que aprendi nessa jornada é que a maquiagem coreana não é sobre esconder, mas sobre revelar.
Não se trata de mascarar imperfeições, mas de tratar a pele para que ela precise de menos cobertura.
É um investimento de tempo, dinheiro e paciência.
Pode parecer trabalhoso para quem está acostumado com a praticidade ocidental de "passar base e pronto", mas os resultados são inegáveis.
Adaptações Necessárias para a Realidade Brasileira
Hoje, minha rotina de makes coreanas se adapta conforme o dia.
Em dias corridos, um protetor solar com cor, um toque de blush cremoso e batom tint já me fazem sentir confiante.
Em ocasiões especiais, ainda aproveito toda a sequência: cushion leve, iluminador sutil nas áreas certas, sombra em tons pastel aplicada com os dedos, máscara de cílios que separa mais do que volumiza.
A lição mais dura?
Nem tudo que funciona para uma pele asiática funciona para a brasileira.
Tive que adaptar, experimentar, errar muito até encontrar meu equilíbrio.
As tonalidades dos produtos muitas vezes não contemplam nossa diversidade.
Os cushions tendem a ter FPS altíssimos que deixam aquele "white cast" fantasmagórico em peles mais escuras.
Os tons de blush muitas vezes são pensados para quem tem subtom amarelado.
Os Ganhos Que Vão Além da Aparência
Mas ainda assim, vale a pena.
A sensação de leveza, de não sentir a maquiagem pesando no rosto em um dia de calor brasileiro de 35°C, não tem preço.
A libertação de perceber que não preciso de uma camada grossa de base para me sentir bonita mudou minha relação com minha própria imagem.
A última vez que vi minha avó, ela passou a mão no meu rosto e disse: "Sua pele está diferente.
Parece a pele que você tinha quando era criança".
Foi o maior elogio que poderia receber.
Não era sobre parecer mais jovem ou bonita, era sobre recuperar algo natural que eu havia perdido no caminho.
Minha obsessão com a make coreana não parou por aqui!
Enquanto aprendia, fui salvando inspirações que me ajudaram a entender melhor o estilo e as técnicas utilizadas.
Se você também está embarcando nessa jornada de descoberta, veja um painel no Pinterest com diversas referências de makes coreanas que me inspiraram: desde o efeito glass skin até os blushes em posições estratégicas que dão aquele ar de juventude e frescor.
Dê uma olhada nessa coletânea de maquiagens coreanas que separei com carinho e descubra como pequenos detalhes fazem toda diferença na hora de conseguir aquele visual delicado e luminoso que tanto admiramos.
São ideias que podem ser adaptadas para diferentes tons de pele e ocasiões - do look mais natural para o dia a dia até produções mais elaboradas para eventos especiais.
Conclusão: A Revolução Silenciosa da Make Coreana
Para quem está começando essa jornada com maquiagem coreana simples, meu conselho bruto e honesto é: prepare-se para se frustrar antes de se apaixonar.
Prepare-se para gastar mais do que planejava em produtos que talvez não funcionem de primeira.
Mas acima de tudo, prepare-se para redescobrir seu rosto sob camadas de produtos que, ironicamente, te ensinaram a usar menos produtos.
A verdadeira revolução não está no que você coloca no rosto, mas no que você aprende a não precisar mais.
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