Delineado Colorido Simples: O Traço que Me Salvou

Mulher jovem com delineado colorido simples roxo, em rua urbana ao entardecer, com cabelo bagunçado e lápis na mão, fundo desfocado.

Delineado Colorido Simples: O Traço que Me Pegou na Curva da Rua

Eu tava atravessando a rua numa tarde que parecia engolir o ar, o sol de março batendo na nuca como um aviso, e o asfalto quente soltando aquele cheiro de borracha queimada que gruda na memória.

Delineado colorido simples era só um pensamento solto – eu tinha visto uma mina no ponto de ônibus mais cedo, com um traço azul torto nos olhos, e aquilo ficou martelando.

Não era maquiagem de revista, era vida, algo que ela jogou na cara pra encarar o dia.

Meu lápis roxo tava na bolsa, um resto amassado que eu nem lembrava por que carregava, e ali, entre o barulho dos carros e o suor escorrendo, decidi: vou tentar.

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Não tinha espelho, não tinha plano – só o concreto da calçada e uma vontade de fazer algo que me tirasse do automático.

O traço saiu tremido, torto pra caramba, mas quando vi meu reflexo numa vitrine embaçada, senti um estalo.

Não era perfeito, era eu.

O Vídeo que Me Fez Parar no Meio do Caos

Eu tava rolando o YouTube uns dias antes, fugindo de uma noite que pesava demais, quando achei um vídeo de 2021 – uma mina num canto qualquer, falando com a câmera como se fosse uma amiga, traçando um delineado colorido simples com um verde-água que parecia gritar contra a luz ruim.

Ela pegava uma máscara de cílios colorida, passava com um pincel fino por cima de um traço preto, e consertava os erros com um delineador que tremia na mão.

Não era de agora, mas o jeito dela – “não fica retinho, mas dá pra corrigir” – me acertou.

Me fez lembrar daquela mina no ponto de ônibus e pensar: se ela fez no calor de 2021, eu faço no calor de agora.

Veja isso aqui – é velho, mas tem um fogo que não apaga, e me jogou de volta pras ruas com um lápis na mão.

O Dia que Eu Tentei e Quase Desisti

Foi num fim de tarde abafado, eu encostada num muro rachado esperando o sinal abrir, com o lápis roxo na mão e um pedaço de papel de bala como espelho improvisado.

Passei o traço na pálpebra, o calor derretendo tudo, e o roxo virou uma mancha que parecia mais um hematoma do que maquiagem.

Que maquiagem devo usar pra um casamento durante o dia? – uma amiga tinha me perguntado isso na semana passada, e eu ri, pensando que nunca ia ter resposta.

Mas ali, com o roxo borrado, pensei: algo assim, leve, colorido, que não pese no sol.

Nada de preto carregado ou sombra cheia de camadas – um traço vivo, tipo esse que eu tava tentando, que diz “tô aqui” sem gritar demais.

Só que o meu não dizia nada, só me irritava.

Joguei o lápis na bolsa e xinguei baixo, mas o sinal abriu, e eu segui.

O Peso das Cores na Minha Cabeça

Eu não sou de maquiagem rebuscada – nunca fui.

Mas tem algo no delineado colorido simples que me puxa, como se fosse um jeito de jogar um pedaço de mim no mundo sem precisar explicar.

Quais são os 3 tipos de maquiagem? – eu diria a básica do dia a dia, tipo base e rímel; a social, que você capricha pra um evento; e essa, a expressiva, que é só um traço ou uma cor que muda tudo.

Minha tia, uma vez, me viu com um verde nos olhos e disse: “Você tá parecendo uma adolescente rebelde”.

Eu tinha 30 anos, e ela tava certa.

Naquele dia na rua, o roxo não ficou rebelde – ficou bagunçado.

Mas aí lembrei do vídeo, da mina consertando o traço torto com um preto por cima, e voltei pro lápis.

(Será que é só isso? Um jeito de não me apagar?)

A Vez que Eu Acertei sem Querer

Mulher aplicando delineado colorido simples azul em banheiro de bar mal iluminado, com espelho sujo e traço torto

Teve um dia, numa saída com amigos num bar de esquina, o chão grudento de cerveja e o ventilador chiando no teto.

Eu tava com um delineador azul que comprei por impulso numa promoção – R$ 15, ponta meio seca.

Passei correndo no banheiro do lugar, com a luz piscando e o som da rua vazando pela janela.

O traço saiu torto, claro, mas dessa vez eu deixei.

O que não usar num casamento de dia? – pensei na pergunta da minha amiga enquanto via o azul se segurando na pálpebra.

Nada pesado, tipo sombra escura ou glitter que derrete no calor – isso não.

Mas o azul, simples, ficou.

Um amigo disse: “Tá diferente”, e eu ri, porque ele não sabia o quanto tinha sido um acidente.

Voltei pra casa com o rosto vivo, o azul ainda lá, me encarando no vidro do ônibus.

Dica que Não Tá em Nenhum Lugar Chique

Se você quer tentar um delineado colorido simples, esquece o perfeccionismo.

Pega um lápis velho – roxo, verde, o que tiver – e passa na linha dos cílios como se fosse um rabisco.

Não tem pincel fino?

Usa o dedo pra consertar.

No vídeo, a mina improvisou com uma máscara colorida, e eu fiz com um lápis amassado na rua – funciona do mesmo jeito.

Naquele dia no bar, o azul segurou o tranco porque eu não pensei muito – e é disso que se trata.

O Corte que Ficou no Meu Peito

Eu tava numa praça outro dia, o vento jogando poeira nos olhos, e vi uma menina com um delineado laranja que cortava o rosto como um grito quieto.

Me lembrou o roxo que eu tentei, o azul que deu certo, e o verde-água do vídeo que ainda ronda minha cabeça.

Não é sobre ficar bonita – é sobre deixar uma marca, mesmo que tremida, mesmo que só pra mim.

Já errei tanto tentando isso, já borrei a cara inteira num dia que o lápis derreteu no bolso, mas também já sai de casa com um traço que me fez respirar mais leve.

(E se eu nunca acertar de verdade?)

O Fim que Não Promete Nada

Agora, sentada num banco frio de ponto de ônibus, o lápis roxo na mão e o vento bagunçando o cabelo, eu olho pro traço que fiz hoje – torto, vivo, meu.

Delineado colorido simples não é pra quem quer perfeição, é pra quem quer sentir algo, nem que seja por cinco minutos antes do dia te engolir de novo.

Naquele vídeo de 2021, a mina riu dos erros dela, e eu ri dos meus na rua – talvez seja só isso: um jeito de não se levar tão a sério.

Se eu trombar com você por aí, com um traço azul ou roxo me segurando no rosto, não pergunta – só entende que eu tentei.

E deixei pra lá.

Numa dessas noites que eu tava fuçando ideias pra não sair de cara lavada, achei um canto da Natura que me jogou mais fundo nesse lance de delineado colorido simples

Eles têm um texto esperto com dicas de cores e jeitos de passar que vão além do básico – tipo um amarelo que eu nunca teria coragem de tentar sozinha. 

Não é receita pronta, mas me deu um empurrão pra pegar aquele lápis roxo de novo e rabiscar algo que ninguém espera. 

Vale o desvio se você quer mais do que o meu traço torto na rua.

Conclusão: Um Traço que Não Explica, Só Existe

Eu tava olhando pro lápis roxo agora, jogado na bolsa entre moedas e papéis amassados, e pensei: ele não resolve nada, mas muda tudo.

Delineado colorido simples é isso – um rabisco que você faz no calor da rua, no canto de um bar, ou só pra encarar o vento com um pedaço de cor.

Não promete beleza, não conserta o dia, mas te dá um instante pra respirar antes do próximo golpe.

A mina do vídeo riu do traço torto dela, eu ri do meu, e a gente segue – com borrões, com vida, com o que sobra.

Se eu te encontrar por aí, com um azul tremido ou um roxo que não explica nada, só me dá um aceno.

É o bastante.

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